Saudemos todos a impostura!”

Rubens Nóbrega

A ‘saudação’ aí de cima dá título (escolhido pelo próprio autor) ao comentário que transcrevo adiante. É do Professor Flávio Vieira, meu analista político predileto. Dessa vez, ele analisa a forma por vezes deificante, e muitas vezes nada edificante, com que alguns jornalistas tratam o senador Cássio Cunha Lima.

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Meu caro Rubens, é cada vez mais incompreensível para mim esse amor que jornalistas de nítida inspiração oposicionista, quando se trata de governo RC, nutrem pelo senador Cássio Cunha Lima. A tal ponto que, se eu tivesse de sugerir um apelido para essa relação de amor, não titubearia em chamar Cássio de “o namoradinho da imprensa paraibana”. O ex-governador parece ter virado um Midas, aquele rei da mitologia grega em que tudo que tocava se transmutava imediatamente em ouro. Qualquer iniciativa, por mais inútil politicamente que seja, é tratada com a deferência que dão a grandes chefes de Estado.

Cássio talvez seja a única unanimidade da imprensa paraibana, com a capacidade mesmo de unir as redações do Sistema Paraíba e do Sistema Correio no mesmo ufanismo. É um fenômeno! Se Cássio discursa da tribuna do Senado, vira notícia. Se escreve qualquer generalidade em 120 toques no twitter, todas as páginas de notícias noticiam. Se dá entrevista no rádio, todas as repetições que eu escuto há dois anos e meio são publicadas quase em tempo real, mesmo que nada acrescentem ao insosso quadro político paraibano dominado ad-aeterno pelo governismo mais descarado.

Dos jornalistas governistas, cristãos-novos ou não, eu até entendo essa idolatria pelo senador tucano, mas os de oposição… É algo tão incompreensível para mim quanto saber o que o PT da Paraíba, agora com mania de grandeza, quer da vida. Das duas uma: ou ficaram embevecidos pela fraseologia sem conteúdo do cassismo ou rezam todos os dias na esperança do anúncio do rompimento, que dizem estar prestes a acontecer desde o primeiro dia do governo ricardista, do tucano com o “socialista”.

Assim, Cássio vai navegando nos mares revoltos da imaginação oposicionista e na tranquilidade do seu governismo, cuja quantidade de cargos que controla é o único dado palpável em meio ao aparente dualismo cassista. Cássio, reconheçamos, ao imobilizar a oposição e se valorizar com o governo, vive no melhor dos mundos! Saudemos todos a impostura, então! Vamos dar um viva ao que dizemos rejeitar na política a todo instante! Só não esqueçamos de começar a lavar bem os dedos. Eles serão úteis quando o senador, atendidos todos os seus desejos, começar a andar de braços dados com Ricardo Coutinho, pedindo pela reeleição do atual governador.

Redução da maioridade penal

Contrapondo-se aos conceitos e ideias expostos na coluna de domingo passado (‘Reduzir pra quê?), todos contra a redução da maioridade penal, acolho e reproduzo a seguir a opinião de Robson Bezerra Duarte sobre o assunto.

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Prezado Rubens, fiquei surpreso com seu posicionamento acerca da redução da maioridade penal.

Sintetizando, você justifica ser contra a redução da maioridade penal em virtude deste segmento da sociedade não haver tido oportunidades… (mais ou menos isto!). Permita-me discordar, e justificar minha discordância. No meu ponto de vista de leigo, a maioridade penal tem como objetivo estabelecer uma idade na qual a “pessoa” possa ser considerada madura o suficiente para responder pelos seus atos, em virtude de ter discernimento para saber o que está fazendo.

Bato no velho bordão “aos 16 anos pode-se ter responsabilidade para escolher o Presidente da República, a maior autoridade de um país, mas não se tem discernimento para saber que é errado pegar numa arma, assaltar, matar…!”. Ora, vendo pelo lado que você vê, não precisaríamos também dar um desconto para as pessoas acima de 18 que também não tiveram oportunidade na vida? Ou seja, teríamos uma lei para aqueles “mais abastados” e outra para os que se encontram distante das oportunidades (socialmente falando!). A meu ver, Rubens, assim como o jovem obtém a “emancipação” (acho que é este o termo jurídico) com, por exemplo, o casamento, também deveria ser “emancipado para responder civilmente” pelos atos cometidos ao, por exemplo, pegar numa arma, assaltar, atirar…

Com todo respeito, é o que penso.

Um apelo do Doutor Helder

Médico do Hospital e Maternidade Edson Ramalho, o Doutor Helder Alexandre faz o apelo abaixo, que deveria ser atendido no ato pela Prefeitura da Capital.

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Solicito às autoridades do trânsito de João Pessoa que estabeleçam em caráter de urgência o tráfego de veículos em sentido único em frente ao Hospital Edson Ramalho, pois o acesso àquele serviço hospitalar e de maternidade encontra-se a cada dia mais precário e perigoso. O fluxo viria do girador do Cemitério Santa Catarina pelas ruas Gonzaga da Silva e Eugênio Lucena Neiva até o sinal após o Edson Ramalho ou mesmo a Praça Caldas Brandão (em frente ao Hospital Santa Isabel), no 13 de Maio. O sentido inverso dar-se-ia da Avenida Rio Grande do Sul até a Avenida Amazonas. Pacientes e funcionários do Hospital ficariam eternamente agradecidos.